10 Vilões Anime que Fãs Defendem (Mas São Realmente Ruins)

O debate é eterno na comunidade otaku: existem Vilões Anime que, apesar de uma legião de defensores apaixonados, são fundamentalmente mal construídos. Seja por motivações fracas, planos que não fazem sentido ou uma redenção forçada que ignora seus atos, alguns antagonistas ganham um “passe livre” dos fãs apenas pela estética ou por um passado trágico. Analisamos 10 personagens populares que, olhando criticamente, não se sustentam como bons vilões, apesar da sua fama.

Por que defendemos Vilões Anime mal escritos?

Antes de entrarmos na lista, é crucial entender o fenômeno. Muitas vezes, a defesa de um vilão não se baseia na qualidade de sua escrita, mas em seu design, carisma (como Dio Brando) ou em uma “síndrome de Estocolmo” narrativa, onde o público passa tanto tempo com o personagem que releva suas falhas lógicas (como Obito Uchiha).

Este fenômeno é comum no universo dos Animes, onde a regra do “legal” (rule of cool) frequentemente supera a coerência narrativa. Um vilão pode cometer atrocidades, mas se ele tiver uma cena de choro impactante, muitos fãs esquecem que seus objetivos eram, em essência, tolos ou egoístas.

Vilões que a fanbase passa pano

A lista abaixo não mede o quão “malvado” o vilão é, mas sim a qualidade de sua construção narrativa versus a defesa que recebe.

1. Obito Uchiha (Naruto Shippuden)

O caso clássico. Obito iniciou uma guerra mundial que matou dezenas de milhares, incluindo os pais do protagonista, tudo baseado em um trauma de adolescência. Embora sua história com Rin seja trágica, a escala de sua reação é desproporcional e sua eventual “redenção” é uma das mais criticadas da obra, minimizando seus crimes por uma causa individualista.

2. Griffith (Berserk)

Griffith é, sem dúvida, um dos antagonistas mais eficazes já criados. No entanto, a defesa de seus atos (especialmente o Eclipse) sob a rubrica de que “ele fez o que precisava para seguir seu sonho” ignora a total falta de moralidade. A discussão não é se ele é um bom personagem (ele é), mas se suas ações são “defensáveis” como muitos fãs argumentam. A resposta é não.

3. Malty S Melromarc (The Rising of the Shield Hero)

Muitos vilões são odiados, mas Malty é defendida por uma parcela que vê suas ações como “interessantes” para a trama. A realidade é que ela é uma personagem unidimensional. Suas motivações são puramente sádicas e rasas (inveja, maldade pura), sem a profundidade que antagonistas complexos exigem. Ela não é um vilão bem escrito; é apenas um dispositivo de enredo para fazer o protagonista sofrer.

4. Dio Brando (JoJo’s Bizarre Adventure)

Eu sou um fã incondicional de Jojo’s Bizarre Adventure e o Dio é talvez o vilão mais carismático e “memeável” da história dos animes, e por isso eu sou um dos tais fãs que o defendem mas a verdade é que nós Fãs o amamos sua vilania pura e seu carisma exagerado. O problema é que, especialmente na Parte 1, ele é apenas isso: pura maldade. Sua motivação é superficial (poder e atormentar os Joestars) e ele não possui a complexidade que muitos vilões de topo têm. Ele é um vilão divertido e icônico, o que é diferente de ser bem escrito em termos de profundidade.

5. Light Yagami (Death Note)

Muitos defendem Light como um anti-herói complexo, cuja queda foi trágica. A crítica, no entanto, aponta para a rapidez de sua corrupção. Ele passa de um estudante entediado com um senso de justiça distorcido para um sociopata genocida (disposto a matar inocentes como Naomi Misora ou sua própria família) em tempo recorde. Seu “complexo de deus” se desenvolve de forma quase cartunesca, e sua genialidade muitas vezes depende mais de conveniências de roteiro do que de uma lógica infalível.

6. Suguru Geto (Jujutsu Kaisen)

Antes do Incidente de Shibuya, a defesa de Geto se baseava em seu passado trágico (mostrado no arco “Inventário Oculto”) e seu carisma como líder de culto. A falha está na rapidez de sua virada. A transição de “proteger os fracos (não-feiticeiros)” para “exterminar todos os não-feiticeiros” acontece de forma abrupta após um único, embora traumático, evento. Para a escala de genocídio que ele propõe, sua motivação parece subdesenvolvida e reativa, faltando a construção filosófica que o anime tenta lhe atribuir.

7. Zamasu (Dragon Ball Super)

Fãs defendem Zamasu por ter uma motivação “compreensível”: a hipocrisia e a violência dos mortais. O problema é a execução. Seu plano é absurdamente complicado (roubar o corpo de Goku, voltar no tempo, aliar-se a si mesmo) e sua definição de “justiça” é apenas petulância e racismo em escala cósmica. Ele não é um filósofo incompreendido; é um deus mimado cuja solução para um problema complexo é um genocídio infantil e mal planejado.

8. Gabi Braun (Attack on Titan)

Gabi é defendida como um “espelho” do protagonista Eren, uma criança-soldado produto de uma doutrinação intensa. O conceito dela é excelente. A execução, no entanto, é criticada por ser muito acelerada. Suas ações (como a morte de Sasha) são feitas para inflamar o público, e sua eventual mudança de opinião sobre os “demônios” de Paradis acontece rápido demais. Para muitos, sua “redenção” parece apressada e fácil diante da gravidade de seus atos e da profundidade de seu ódio inicial.

9. Yuno Gasai (Mirai Nikki – Future Diary)

A “Rainha das Yandere”. Yuno é defendida por ser o ícone máximo desse arquétipo e por seu plot twist final. Contudo, ela é uma personagem terrivelmente rasa. 99% de suas ações e personalidade se resumem a uma única coisa: “Yuki”. Seu passado trágico é usado como uma desculpa genérica para justificar violência extrema e ilógica. Ela não é uma personagem complexa; é um fetiche ambulante que serve apenas para chocar e girar em torno do protagonista masculino.

10. A “Vontade do Abismo” (Pandora Hearts)

Inicialmente vista como uma entidade misteriosa e malévola, a Vontade do Abismo e a sua conexão com Alice e Jack Vessalius é o motor da trama. A defesa vem do mistério. O problema é que, ao final, a revelação de suas motivações e a verdadeira natureza do vilão (Jack) tornam suas ações anteriores confusas e, por vezes, contraditórias. O que era para ser um terror cósmico se reduz a um drama interpessoal mal resolvido, enfraquecendo o impacto do vilão principal.

A diferença entre “complexo” e “mal escrito”

É vital para a análise crítica separar vilões complexos (como Meruem de Hunter x Hunter, que evolui) de vilões simplesmente populares. Os Vilões Anime listados acima muitas vezes caem na segunda categoria, onde a popularidade e o design superam a lógica interna de seus arcos narrativos, provando que nem todo personagem popular é, de fato, um bom vilão.

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