‘The Bold Type’: série da Freeform é uma carta de amor destinada a todas as mulheres

The Bold Type é aquela série que não botei tanta fé de início. Houve uma hesitação maior da minha parte em acompanhá-la porque, hoje, se usa mais descaradamente de ativismo como forma de lucro comercial. No caso de conteúdo televisivo, cabe também a questão de isca. O produto é pensado para atrair um público-alvo em específico e, no fim, não é nada daquilo que se imagina. Algo que ocorre com o feminismo, palavrinha que empresas e artistas montam para dizer que fazem a diferença quando não passa de um desserviço ou de uma tentativa para ganhar confete gratuitamente. Por isso mesmo que, quando esse universo estreou, deixei rolar.
Quando sentei para finalmente vê-la, desacreditei. Depois de 84 anos, criaram um universo um tanto justo para as mulheres. Não entendam como perfeição, mas um presente dentro da proposta. E a proposta é o feminismo, um pouco mais centrado na vivência de cada uma das protagonistas. Exemplos? Câncer de mama, liderança feminina e questões de assédio sexual/estupro.
A criação de Sarah Watson é inspirada na vida de Joanna Coles, editora-chefe da revista Cosmopolitan. Transmitida pela Freeform, com 10 episódios em sua 1ª temporada, a série traz Jane, Kat e Sutton, interpretadas respectivamente por Katie Stevens, Aisha Dee e Meghann Fahy, inseridas no cotidiano nova-iorquino ritmado pelo trabalho que o trio possui na revista Scarlet. Um cenário e um clima nada novos quando conversamos sobre um veículo de comunicação para mulheres e com mulheres centralizadas (as garotas da moda, por exemplo).
Entretanto, o foco de The Bold Type não é o amor por NY. Nem seu estilo de vida e nem a competição por cargos importantes nesse veículo de comunicação. Ou no quanto a chefe é desagradável e a melhor amiga está de olho no mesmo cara que outra jovem. Em linhas gerais, tanto a revista feminina quanto a locação são palcos que empurram o desenvolvimento semanal da trama da série. Meios que transparecem os desejos e as opiniões de suas personagens, como a busca e a demonstração de um engajamento mais político.

À primeira vista, The Bold Type parece uma mistura de O Diabo Veste Prada com Gossip Girl devido ao glamour de se trabalhar em uma revista feminina e dos looks que as personagens usam. Porém, a série é muito mais que seu cenário e sua vestimenta, e foi possível notar isso devido às conversas que a nova estrela da Freeform engatou. E, claro, pelas várias resenhas positivas lá na gringa. Isso é uma mudança tremenda quando falamos de cultura voltada para mulheres.
Melhor: se trata de um frescor porque não se apoiaram no desespero/apelação acarretados pela febre da renovação. Ou, como mencionei, no falso ativismo. Aqui, preferiram ser verdadeiros, outro grande diferencial diante do fato de que o público feminino ainda é taxado como consumidor exclusivo de romance (triângulos amorosos?). Ou, um público incapaz de pensar fora da caixinha.
A ideia de The Bold Type é mudar a conversa para mulheres e tal tarefa foi realizada com sucesso. E quando digo mudar a conversa é realmente se usar de pautas que nos afligem na rotina. Muito além dos relacionamentos amorosos que muitas séries ainda pregam como única fonte de felicidade feminina. Não há futilidades e nem o trope de rivalidade entre amigas (as frenemies), outros fatores que botam a série na linha de gratas surpresas do ano. Aqui temos um pensamento que podemos sim considerar evoluído, pois, além da política, há realmente a intenção de destrinchar a sororidade e o empoderamento. Duas palavras que são as veias do feminismo.
Quem dá esse respaldo é a revista que representa as mãos que norteiam os personagens. O veículo que também é protagonista devido ao jornalismo moderno, algo a se levar muito em conta. Meramente porque a Scarlet apoia as conversas e reforça o tom jovial de The Bold Type.
Nesse viés, darei um breve destaque a grande responsável por esse clima saudável e regado de conversas pertinentes: Jacqueline, a editora-chefe da Scarlet. Dizem que locais de trabalho são reflexos de sua chefia e The Bold Type veio regada nisso. Veio centrada em desmanchar as versões Miranda Priestly. Ela é o coração da trama e a razão dos papos pertinentes ocorrerem.
Quem sente essa troca empoderadora é Jane. Serumaninha que começa a série como jornalista regular (aka não é mais assistente) e conta com o apoio dessa mulher incrível. Uma chefe que sabe a hora de cobrar e a hora de ceder um tempo para um veículo inteiro que está sob seu comando.
Jacqueline é a chefe dos sonhos e Jane, Kat e Sutton não passam de umas completas sortudas. Além de contar com uma líder incrível, o trio transita nesse trabalho que nada tem a ver com a melhor roupa da vez, mas sim com o que discutem e aprendem. Elas se conhecem entre si, mas se redescobrem nessa trajetória e é lindo de acompanhar. Há intempéries, ou não teria graça, e são nesses conflitos que The Bold Type também encontra sua diferença. Não há essa de competir com a amiga, mas sim apoiá-la em várias circunstâncias. Não há essa de desejar namorado alheio, mas fazer a amiga não se esquecer da sua individualidade e do seu valor em um relacionamento afetivo.
A força da série vem nessas pequenas ações e elas cativam. Dão esperança para quem não aguenta mais triângulos e puxadas de tapete entre mulheres. Itens que não empolgam mais ninguém. Quando esperamos mais do mesmo, lá vai esse universo fazer supostamente o contrário.
Há muita mulher em cena, embora tenha um singelo leque de representatividade. Ainda sim, seguimos Jacqueline e o trio que, juntas, pedem um voto de confiança. Um voto para que se tornem nossas novas melhores amigas. Um voto para seguirmos adiante e concluirmos que esse universo dribla a pobreza da cultura feminina nas mídias, que prega inverdades sobre quem somos e quem podemos ser. Ao contrário dessa maré negativa que nos bota para baixo, Scarlet e suas mulheres nos enaltecem. Elas querem mostrar quem podemos ser e o que podemos alcançar. Do jeito mais espontâneo, amorzinho, como um abraço quentinho que precisamos no fim do dia.
Quebrando alguns paradigmas

Essa série não foi escrita para quem tem 18 anos ou mais de 30. The Bold Type foi pensada para quem está nadando entre essas faixas etárias. Período em que, por experiência própria, se cobra muito mais da mulher devido ao ideário do auge da vida. O sucesso em todos os âmbitos.
O dito auge é corriqueiramente exigido interna e externamente para muitas mulheres que se encontram nesse miolo. Uma cobrança que, por vezes, é insustentável porque mexe mais com a expectativa alheia. Estabilidade financeira, busca de relacionamentos maduros (casamento), maternidade, liderança, estudo… Jane, Sutton e Kat mostram que podemos ser também, além do tipo Bold, vulneráveis e indecisas. Perdidas. Elas mostram que é ok não ter tudo no lugar porque todas as fases possuem sua complexidade. Todas as fases exigem descoberta e redescobrimento. Soma que pesa no que queremos e em como encontrar a coragem para ir adiante.
Algo que perpassa a mente da mulher adulta a qualquer instante do dia. Contudo, o meio é a fase cretina em que as cobranças sociais pesam um tanto mais. Quem nunca ouviu que é preciso ser bem-sucedida antes dos 30? Seja profissionalmente ou no âmbito familiar? O trio da série está bem aí e o mais legal é que, apesar de ter um recorte muito bem definido da faixa etária de seu público-alvo, The Bold Type conversa com todas as mulheres – se assim as mesmas permitirem.
Jane tem essa do clichê de querer ser uma jornalista de sucesso e tem a editora-chefe como sua fonte extrema de inspiração. Na primeira interação entre Jacqueline e ela, rolou o receio de que uma patada viria em seguida. Além disso, aquele aviso amigável de que fracassar é o destino e só quem é dita forte e centrada vence na vida. Olha o que a mídia faz? Graças à Deusa não é o que rola aqui e ambas fomentam um laço sólido de cumplicidade. Todas passam por isso e é lindo!
Inclusive, uma relação que traz o tema de cada episódio. As pautas do dia que se misturam ao papo trivial das amigas no meio em que vivem fora da Scarlet. Juntas, o trio destrincha o assunto da vez e é assim que as conhecemos. Jane quer ser bem-sucedida nesse novo desafio de escritora da famosa revista – além de almejar um relacionamento sólido. Sutton quer sair do posto de assistente para atuar no núcleo de moda – além de querer ser vista no relacionamento que possui. Kat quer ser uma boa chefe enquanto lidera a área de social media – além de redescobrir sua sexualidade. Tudo na medida certa, sem conflitar interesses, respeitando o timing de geral. O que é excelente!
Embora existam essas diferenças de postos profissionais e de sonhos entre as mulheres, a relevância começa quando nenhuma quer puxar o tapete da outra. O grupo, tão quanto Jacqueline, quer ajudar cada uma a conquistar o que aspiram. Não há rivalidade tão quanto competição por atenção. Um resumo do que seria o tipo Bold, ou seja, a amigona apoiadora, rainha do samba.
Como deu para notar, a série não foge de seus romances. O trio engata e desengata seus relacionamentos que somam um sistema de suporte. Embora existam os casais heterossexuais, a grande revelação vai para Kat e Adena, um par em que uma questiona sua sexualidade enquanto a outra, além de muçulmana, é lésbica e tem que lutar contra o preconceito em solo americano. Se isso dá ruim? Nem um pouco. É outra zona de aprendizado tanto para nós quanto para elas.
O que cai na quebra de alguns estereótipos, como ter uma personagem muçulmana em cena e com relevância. Vale mencionar os cargos de chefia, em que até as mulheres com aquela pinta de Miranda se provam muito mais que a famosa chefe rancorosa ou receosa de ver a assistente subir na vida – e que, automaticamente, se torna uma ameaça. O mesmo se aplica aos homens que, pelo milagre da Deusa, são apoiadores. Não há slut-shaming ou rebaixamento para mostrar que eles são mais poderosos que elas. Há certa equiparidade no posicionamento desses personagens como um todo, ainda mais quando eles são colocados frente a frente com Jacqueline. Há os conflitos entre os sexos, mas os roteiristas tiveram em mente em seguir soluções diferentes. Como conversar.
Esses pontos são apenas alguns diferenciais de muitos quando conversamos sobre The Bold Type. É um deleite ver três protagonistas se amarem entre si tão quanto ver a chefia sendo o maior de todos os suportes na trama. O mundo da Scarlet mexe com todos os feelings de quem já trabalhou em ambientes tóxicos e sem apoio algum das mulheres ao redor. Nessa parte, os roteiristas dão uma baita lição de casa, especialmente sobre assuntos que focam a vulnerabilidade feminina.
Antes que perguntem, The Bold Type tem lá suas falhas. A maior delas vem de Kat que pagou alguns micos por soar alienada quanto ao que oprime Adena em solo americano. Como chefe de mídias sociais, abertamente feminista e politizada, era de se esperar mais quando essa storyline entrou em cena. O mesmo se aplica às questões de raça, nada discutidas também. Por ser uma série que diz prezar o feminismo interseccional, eis alguns pontos que precisam de melhora no futuro.
Mas vamos focar no presente que é essa série. Karey Burke, vice-presidente da Freeform, chegou a dizer que The Bold Type é nossa carta de amor ao feminismo moderno e que pretende ser um destino para a amizade e para o empoderamento feminino autênticos. Concordo e destaco a sutilidade com que a escrita conseguiu abordar esses dois assuntos sem parecer uma propaganda. Sem parecer forçada só para garantir um tipo de renovação antes mesmo do 5º episódio.
Depois da experiência com o piloto, foi um tanto impossível parar de ver essa série. Você quer saber da vida dessas personagens, da dinâmica da revista, qual será a próxima pauta e assim por diante. Você se sente um tanto mais forte diante da expressão das moças em cena e de seus pensamentos tão necessários hoje em dia. Meramente porque já deu todo esse papo de treta entre mulheres por pouca coisa tão quanto ver essa mesma treta escalar montanhas por causa de um homem.
Respeite suas paixões!

Use sua paixão, assim você se destacará
Eu sou a pessoa que precisa se relacionar com tudo que vê e lê. No caso de Bold Type, vi muito de mim na pequena Jane. A garota que tem esperança de usar do seu talento com a escrita como fonte de mudança do mundo. E é isso que ela quer, duelando várias vezes diante da ideia de ter que escrever coisas sem profundidade. Ela representa uma parte da voz política da série e reflete a necessidade atual dos jovens em querer fazer uma diferença e fugir das superficialidades.
Sutton quer mais que sua cadeira de assistente, embora seja grata de tê-la (todas são, inclusive). Ela quer alçar voo na carreira de moda e é estimulada a correr atrás dessa vaga. Não há insegurança, pois, assim como Jane, a personagem sabe que é boa no que faz e que merece uma chance.
Kat tem ferramentas online à sua disposição e teve uma passagem deveras marcante sobre sofrer com ameaças via Twitter depois de uma ação da Scarlet. Ela quer impulsionar o pensamento por meio da revista, mas, também como Jane, se sente atada. A personagem também quer conhecer o mundo, mas não se sentiu corajosa o bastante até se sentir inspirada por Adena.
As três querem mais, muito além de suas zonas de conforto. Apesar de o trio experienciar diferentes formas de amor, e querer o melhor dessa vivência, o trabalho é o relevante. O sonho que passa a ser o desenvolvimento de cada uma na Scarlet. Elas são reconhecidas no que fazem, mas todo jornalismo tem seus limites, ou seja, a linha editorial. Não dá para ser política, muitas vezes, no emprego que lhe dá sustento. É latente esse incômodo, especialmente para Jane.
Nada disso, dentre tantas coisas, as impedem de perseguir suas paixões. É aqui que mora a outra essência de The Bold Type. A série quer nos inspirar bravura, fortalecer a crença em nós mesmas e mostrar que podemos ser vocais. Tudo isso respeitando uma a outra. Desde o piloto, a meta é inspirar possibilidades e riscos, pois esse universo quer que sejamos o tipo BOLD também.
Todas as mulheres já são o tipo BOLD por natureza, mas, como muitos pontos da vida, é preciso de impulso. E o impulso é a Scarlet, a revista que, a cada episódio, molda seu conteúdo em cima do que muitas anseiam ouvir – e que vai muito além do âmbito estilo de vida. Não se trata (apenas) de querer ser como as personagens ou de querer suas vivências. Trata-se do reconhecimento em cima do famoso ditado de que lugar de mulher é aonde ela quiser.
Mandamos no nosso próprio destino apesar do sofrimento e das adversidades. Jane, Kat e Sutton estão no meio de suas jornadas e fazem parte do processo que busca a afirmação da vida dita adulta. Mais importante que isso, seus papéis como mulher. Sonhos podem não ter a ver com carreira sólida, mas com amor. Ou os dois. Somos livres para decidir e a série nos lembra disso.
Há vários outros vieses que nos fazem completas. A série mostra que temos opções e que não temos que seguir a construção social que nos obriga a ser supermulheres. O que The Bold Type quer é que mulheres vivam e ajam sem medo. Querem que deem voz à sua intuição e sigam adiante. Porque todas têm força o suficiente para quebrar suas correntes.
A irmã mais velha
Espero que tenham aventuras, que se apaixonem, que tenham seus corações partidos. Espero que façam sexo com as pessoas erradas e com as certas, que cometam erros e que peçam desculpas, que saltem e que mergulhem. Eu espero que vocês liberem o inferno em qualquer pessoa que tentem emperrá-los.
The Bold Type faz o que gosto muito: sair da norma. Para um primeiro ano, muitas coisas ficaram no raso e só tenho a culpar o receio de cancelamento que apavora os iniciantes. Porém, o conteúdo é bom, cheio de camadas, e pode ser melhor porque houve a preocupação com o que escrever e com o que desengatilhar. É bizarro como esse universo fica na mente e cultiva sementes do bem no coração. Um leque de tramas que tem a possibilidade de mexer com qualquer mulher.
Com duas temporadas garantidas, dá um calor no coração imaginar o que virá a seguir.
Se você é aquela pessoa, mais precisamente do sexo feminino, que sente falta de conteúdos empoderadores e que conversem com você em qualquer instante da vida, foca aqui: The Bold Type nasceu para suprir essas e algumas outras carências. A série é, sem dúvidas, uma das grandes revelações do ano, pois fala de mulheres para mulheres, foge do típico “mulheres só assistem romance” e contorna qualquer nuance de rivalidade feminina. É para agradecer de pé!
A série pode não ter tamanha popularidade ainda, mas tem poder para ocupar tal espaço. Não apenas por centralizar três personagens femininas que se amam e que sentem empatia uma pela outra, como também pelas pautas responsáveis em desdobrar conversas que pertencem ao cotidiano de muitas mulheres. Além disso, incitar a reflexão e a desconstrução do nosso papel nos âmbitos pessoal, profissional e social. Tudo regado com muito empoderamento e sororidade.
Há sim o benefício do trio de personagens ser estável, não tanto Sutton que é a que mais sofre com essa de ir atrás do que quer vs. preciso de dinheiro para me sustentar, o que quebra um pouco a impressão de sonho bom de The Bold Type. Por outro lado, elas se impõem e isso não deixa de ser inspirador, especialmente para quem se encontra nesse meio complexo da vida adulta. Em que tudo parece fora do lugar. Em que nada parece funcionar. Em que sonhos se tornam cada vez mais impossíveis e acabam afundados na gaveta em nome da busca pela estabilidade da vida.
Sendo que estabilidade possui os mais variados significados.
Por haver muitas mulheres nesse meio, The Bold Type vem como uma mão amiga. A irmã mais velha, como disse Jacqueline (em referência à revista). É uma série encorajadora. Redefine regras. Em nenhum momento desacredita de suas personagens e assim elas seguem ficando mais incríveis.
Apesar de focar no miolo dessa nossa galáxia de mulheres, penso que é difícil a série não conversar até mesmo com as adolescentes. Como disse, ela é jovial e recebe todo mundo de braços abertos. É um mar de inspiração, pois, aqui, há chances de você finalmente se reconhecer em personagens femininas fora de estereótipos. Provavelmente, as terá como aspirações.
A série é muito verossímil, o que me faz afirmar com certa propriedade: depois de eras, encontrei uma história e um montinho de personagens que conseguem me representar. Não fisicamente, mas pelo que contam. The Bold Type inspira mulheres a encontrar sua força. A enfrentar um dia ruim, mas sem se esquecer de quem se é e do que se quer mais adiante. Apesar de todo o foco no empoderamento e na sororidade, o nervo aqui também não deixa de ser sobre correr atrás do que se deseja. Como a mulher que somos, não interessando nossas origens, gostos e dificuldades.
Ao contrário de muitos materiais que colocam uma mulher de baixo para se estapear pelo cargo mais alto, The Bold Type quer que todas se levantem e corram atrás do que acreditam. É uma série, sem dúvidas, verdadeira na sua missão visto alguns impasses que a mulher sofre a cada dia. Visto a verdade de que ainda há muita rivalidade feminina pairando sobre nós. Visto que a mídia só nos esculacha. Visto a verdade que ainda tememos ter poder, ainda mais diante dos homens.
A série rasga o peito ao dizer que sim, mulheres podem e precisam ser aliadas. Podem e devem se abrir sem receio. Podem e devem se respeitar. Podem reconhecer o valor uma da outra.
Podem sim querer e conquistar o que quiserem.
Uma vez que você apoia os sonhos e os desejos de uma mulher, a mágica acontece. The Bold Type sabe disso e usou dessa intersecção de intenções genuinamente. É quando vemos o real poder do empoderamento e da sororidade que podem estar sim ao nosso alcance. A série mostra em atos simplistas que nós, mulheres, podemos ser melhores, especialmente em ambiente de trabalho.
The Bold Type é madura. Tem bom compasso. Mas isso não é tão relevante quando estamos diante de algo que tem potencial para fazer a nossa vida um tanto melhor. Conteúdos voltados para mulheres precisam de repaginação e a Scarlet corre atrás da sua própria mudança. Finalmente, temos um conteúdo que empodera do começo ao fim. Que não subestima o poder feminino.
Essa série espetacular entrou na minha vida no momento certo. Deu-me conselhos incríveis. Poderia falar muito mais, claro, mas é muita coisa boa. Só assistindo The Bold Type para saber!