
Entra década e sai década, a TV continua seu legado de produções memoráveis. Em pleno 2019, estamos mais saudosos do que nunca, vivendo numa onda de revivals, reboots e remakes nas telinhas e telonas.
Os anos passaram e os tempos mudaram, mas algumas séries de TV ainda vivem em nossas lembranças, mesmo que não as tenhamos acompanhado em sua época de lançamento. Muitas delas, na verdade, nós só assistimos graças à TV aberta, mais especificamente o SBT, que nos presenteava com séries como Alf, o Eteimoso, Três é Demais e Punky, a levada da Breca.
E para relembrar uma época de clássicos da TV (e de nossas memórias com títulos que só o Brasil poderia fazer), separamos algumas séries dos anos 80 que despertaram o sentimento seriador de muitos e têm lugarzinho garantido em nossos corações.
Cheers – estreou em 30 de setembro de 1982

Uma típica sitcom que traz cômicas situações e dramas bem cotidianos. O cenário? Um bar de Boston, chamado Cheers que tinha como dono o ex-jogador de beisebol, Sam Malone e, no qual, a turma se reunia para reclamar da vida e dividir suas histórias. Por vezes, a série apresentava um certo tom novelesco em seus romances. Cheers teve uma vida longa, virando a década de 80, com 11 temporadas no ar. Além de boa audiência, a comédia também se tornou uma arrematadora de prêmios televisivos. No legado deixado por Cheers, a série impulsionou as carreiras de nomes como Kirstie Alley e Woody Harrelson, além de dar origem ao spin-off (série derivada) Frasier.
Esquadrão Classe A (The A-Team) – estreou em 23 de janeiro de 1983

Quatro ex-veteranos da guerra do Vietnã condenados por um tribunal militar fogem e formam um time de mercenários. Agindo na clandestinidade, o esquadrão recebe “encomendas” de quem está em perigo e não tem para quem pedir auxílio. Com muita ação e doses de humor, cada episódio traz o quarteto em uma missão, um resgate ou algo do tipo. Normalmente, cheios de estratégias, eles acabam conseguindo o intento e no final do dia, deixam os bandidos para serem presos pela polícia, enquanto eles mesmos fogem. A série teve cinco temporadas e rendeu história em quadrinhos lançada na mesma época. Anos depois, em 2010, um filme homônimo reviveu as aventuras de Hannibal, Cara de Pau, Murdock e B.A. nas telonas.
Punky, a levada da breca (Punky Brewster) – estreou em 18 de setembro de 1984

Engenhosamente intitulado no Brasil como Punky, a levada de Breca – o seriado alcançou sucesso por aqui. Com inúmeras situações cômicas, mas também muitos momentos de cortar o coração, a série contava a história de Penélope “Punky” Brewster (Soleil Moon Fryre), uma garota por volta dos oito anos que foi abandonada pelos pais e passou a viver sozinha em um apartamento vazio de um condomínio. Com o tempo, ela se aproxima dos moradores do local e, principalmente, do sindico, o viúvo Arthur (Henry Warnimont), que vive tentando disciplinar a garota (evitando mais encrenca) e mais tarde a adota. De certa ótica (e pedindo licença poética aqui), Punky é uma versão mulher e norte-americana do nosso querido Chaves.
. A Gata e o Rato (Moonlighting) – estreou em 3 de março de 1985

Na década de 80, o brasileiro já traduzia do seu jeitinho os nomes das séries. Então, Moonlighting se tornou A Gata e o Rato em terras tupiniquins. Mas não é que o título combinava? O seriado tinha toda sua dinâmica na história do “casal – não-casal- quase casal”, Maddie e David. A teoria do “opostos se atraem” era testada em todo episódio: com um investigador e uma modelo tendo que trabalhar juntos para não falirem. Entre atrapalhadas missões e muita tensão sexual, a série estrelada por Cybill Shepherd e Bruce Willis foi um fenômeno de audiência, principalmente, em suas primeiras temporadas. As coisas começaram a ruir depois da relação entre os protagonistas se concretizar e a série foi encerrada no final do quinto ano. Emblemática, sem dúvida, A Gata e o Rato pode ser considerada a pioneira de seu gênero. Que nos digam os fãs de Castle…
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MacGyver – estreou em 29 de setembro de 1985

Deter um vazamento químico com chiclete e chocolate; fabricar uma bomba com fertilizante e óleo para carros; construir um telescópio em 35 segundos; enganar sistema de identificação biométrica. Esses foram alguns dos truques que fizeram de Angus MacGyver (Richard Dean Anderson) o grande herói da década de 80. Seu oportunismo, improvisação e genialidade, derivados de conhecimentos científicos e utensílios comuns, permitiam que esse ex-agente das forças secretas escapasse de qualquer apuro ou desastre, sem o uso de violência ou qualquer tipo de arma – ainda que se envolvesse em lutas quando necessário, MacGyver se recusava a portar arma.
As façanhas do protagonista ficaram tão famosas que até hoje soluções engenhosas (e, por que não, quase milagrosas) são comparadas ao estilo MacGyver. Ao longo de sete temporadas, os produtores preferiram explicar menos como o herói criava artefatos para evitar que alguém tentasse fazer em casa.
Alf, o Eteimoso – estreou em 22 de setembro de 1986

Numa época ainda bem distante da era dos efeitos especiais, de tramas tridimensionais e futuristas como a atual; um extraterrestre fofo, bem irônico e estabanado aterrissou na garagem da família Tanner e fez história na televisão. Alf era uma comédia de humor clássico e tom familiar que permaneceu no ar por quatro temporadas. Mas não era nada fácil dar vida ao querido Alf. A personagem era na verdade um boneco, uma marionete que tinha Paul Fusco como seu dublador oficial, no EUA e o humorista Orlando Drummond Cardoso, no Brasil. Devido à tecnologia rudimentar da época, cada episódio de pouco mais de quarenta minutos de duração levava aproximadamente vinte horas de gravações. Todo o trabalho deu resultado, as aventuras de Gordon Shumway, o Alf, fizeram tanto sucesso que a personagem ganhou desenho animado, quadrinhos e um filme para televisão, além de réplicas de pelúcia. Aqui no Brasil, com o nome de Alf, o Eteimoso, o seriado foi transmitido e reprisado várias vezes.
Anjos da Lei (21 Jump Street) – estreou em 12 de abril de 1987

Muito antes de dar vida ao Capitão Jack Sparrow em Piratas do Caribe ou de representar personagens ícones em filmes de Tim Burton, antes de ser indicado ao Oscar e vencer o Globo de Ouro, Johnny Depp foi o policial protagonista de Anjos da Lei. A série investigativa trazia o dia a dia de policiais infiltrados em escolas, se passando por estudantes para desvendar casos e crimes que se encontraram em um QG na 21 Jump Street. A produção era inspirada em um departamento real da polícia que usa de disfarces para realizar suas investigações. Ao abordar questões como tráfico, briga de gangues e outros tipos de problemáticas, o seriado tinha um tom social por trás de toda a ação e atmosfera investigativa. Não à toa, Anjos da Lei se tornou um sucesso dos anos 80, principalmente, entre o público alvo: os jovens. Com expressiva audiência, a série da FOX conseguiu competir com as grandes emissoras e ficou por cinco anos no ar. Tá certo, que Depp deixou a produção no final da quarta temporada para se dedicar ao cinema, mas o policial Tom Hanson elevou o ator ao estrelato e marcou sua carreira. E a série, marcou a adolescência de muitos de nós.
Três é demais (Full House) – estreou em 22 de setembro de 1987

Quem não se apaixonou pela família Tanner a primeira vista teve muitas oportunidades nas tardes do SBT durante quase uma década. Caso isso ainda não tivesse acontecido, veio a Netflix e disponibilizou todas as oito temporadas (e 192 episódios). Para colocar a cereja no bolo, ainda fez um spin-off, Fuller House, com quase todos os personagens originais. Ou seja, ou você já os ama ou você é estranho!
Brincadeiras à parte, Full House completou 30 anos em 2017 ainda fazendo muito sucesso e, na era da tecnologia, sendo fonte de memes (como o mais recente “por que você não amadurece?”) e gifs que expressam nossas emoções (seja pelos bordões ou as inúmeras caras da Michelle (Mary-Kate e Ashley Olsen) que com certeza você já viu pela web). Com o melhor elenco de crianças já escalado na nossa humilde opinião e as quais pudemos ver crescer, a série cativou pelo texto cômico sem exagero, emocionante nas horas certas e verdadeiro em outras situações.
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Anos Incríveis (The Wonder Years) – estreou em 31 de janeiro de 1988

Em plenos anos 80, um seriado nostálgico conquistou muita gente. Não à toa, chamada de Anos incríveis, a série apresentava a passagem pela adolescência de Kevin Arnold em meio às transformações culturais, políticas e sociais do fim dos anos 60 e inicio dos aos 70. Embalada por uma trilha musical incrível e contextualizando fatos históricos, a trama era baseada nas aventuras cotidianas de um típico garoto norte-americano da época. A convivência com os pais, as picuinhas entre irmãos, amizades verdadeiras e o primeiro amor. E, muito antes de Todo Mundo Odeia o Chris ou de How I Met Your Mother, Kevin Arnold nos ensinou como era cativante ouvir histórias pessoais narradas por quem as viveu e comparar com as nossas próprias. Assistir Anos Incríveis era como misturar nossas experiências e descobertas com as das personagens e vice-versa. Relembrar de Kevin, Winnie, Wayne e companhia já estampa um sorriso no rosto… Ah, sim! Com tantas reprises, a série foi acompanhada por gerações diferentes ao longo dos anos. Agora, Anos Incríveis é aquele pedacinho bom do passado televisivo que revisitamos para lembrar de quando nem nos incomodávamos com a dublagem e tínhamos uma vida inteira para viver.
Seinfeld – estreou em 5 de julho de 1989

E por último, mas definitivamente não menos importante… Antes da década de 80 se despedir, ela nos deixou um belo legado televisivo: Seinfeld. A série que estreou em 89, atravessou a década seguinte, ficando 9 temporadas no ar. A sitcom marcou época com seus bordões e com um quarteto de protagonistas fora do habitual, ou seja, personagens cheios de defeitos e que não eram um bom exemplo para se seguir. Seinfeld quebrou tabus de narrativas e além de impulsionar a carreira do próprio Jerry Seinfeld, de Julia Louis-Dreyfus, de Jason Alexander e de Michal Richards, a comédia foi essencial para o surgimento de outras séries do gênero, tais como Friends.
Lembrou de alguma outra marcante série dos anos 80? Conta pra gente nos comentários!
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