Os palcos e as telas de Sônia Braga

Uma das produções brasileiras mais elogiadas pela crítica após Que Horas Ela Volta? (2015), o longa Aquarius, do diretor Kleber Mendonça Filho, começa timidamente a se espalhar por cinemas do interior. Além do bom enredo, o filme tem como um de seus destaques a atuação de Sônia Braga, uma atriz de fama internacional e merecidamente reconhecida por seu brilhantismo. Que tal falarmos um pouco sobre ela?
Sônia Braga nasceu em 1950 em Maringá, Paraná, mas também morou com a família em Curitiba, Campinas e São Paulo. Seus primeiros trabalhos foram ao ar na TV Tupi, quando Sônia tinha apenas 14 anos. Ela participou de programas infantis, atuou na primeira montagem brasileira de Hair, em 1968, e atuou nas novelas Irmãos Coragem (1970), Selva de Pedra (1972) e Fogo sobre Terra (1974).
A fama de Sônia, porém, só foi consolidada com sua participação no programa infanto-juvenil Vila Sésamo, exibido a partir de 1972 na Rede Globo. Vamos relembrar a abertura?
As narrativas de Jorge Amado também marcaram a carreira de Sônia Braga: fez a novela Gabriela, adaptada do livro Gabriela, Cravo e Canela (1975), e o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto. Mais tarde, ela também participou do filme homônimo Gabriela, Cravo e Canela (1983), contracenando com o astro italiano Marcello Mastroianni.
Nos anos seguintes, Sônia Braga continuou tendo personagens de destaque nas novelas brasileiras. Foi o caso, por exemplo, de Júlia Matos, da produção global Dancin’ Days (1978), escrita por Gilberto Braga. Júlia era uma ex-presidiária que lutava para conquistar a filha, então interpretada por Glória Pires.

Após inúmeras novelas, Sônia Braga decidiu se dedicar apenas ao cinema a partir dos anos 1980. Ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado por Eu Te Amo (1981), de Arnaldo Jabor, e em 1985 protagonizou O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco. Foi essa produção que deu destaque internacional à Sônia, rendendo inclusive sua primeira indicação ao Golden Globe como Melhor Atriz Coadjuvante. A partir de então, ela se dedicou à carreira internacional e ficou por 14 anos nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, Sônia Braga fez inúmeros filmes e séries. Destacamos Luar sobre Parador (1988), de Paul Mazursky, que lhe rendeu a segunda indicação ao Golden Globe, e The Burning Season (1994), de John Frankenheimer, que lhe rendeu a terceira indicação ao Golden Globe, ambas como Melhor Atriz Coadjuvante.
Após mais de 20 anos longe da televisão brasileira, Sônia Braga voltou com força total nos anos 2000. Fez Páginas da Vida (2006), As Cariocas (2010) e Tapas & Beijos (2011).
O marco mais recente de sua carreira, Aquarius, traz de volta a força de sua atuação no cinema brasileiro e nos relembra o privilégio que é tê-la como atriz por estas terras. Se você, assim como eu, está louco para assistir ao filme, vale dar mais uma conferida no trailer. Vida longa à Sônia Braga!