Vida longa à Rainha: a Tríplice Coroa de Viola Davis

Viola Davis é uma atriz reconhecida pelo público e pela crítica já há um bom tempo nos Estados Unidos. Porém, aqui no Brasil, ela ganhou atenção mais recentemente, com seu trabalho na pele da professora e advogada Annalise Keating, na série How to Get Away With Murder. Agora, Viola voltou a ser reportagem nos meios de comunicação tupiniquins após a conquista de um feito único: ela tornou-se a primeira mulher negra a conquistar a “Tríplice Coroa”, ganhando os principais prêmios de atuação dos EUA: Tony, Emmy e Oscar.
“As pessoas que não entraram nos livros de história também têm uma história, e essas merecem ser contadas. Porque eles viveram”.
Se hoje Viola pode subir ao palco para receber o seu Bafta de Melhor Atriz Coadjuvante por Fences e proferir uma frase com esse peso, é graças aos caminhos que trilhou até aqui e às inúmeras histórias anônimas, aquelas que nunca foram contadas, inclusive de seus antepassados que foram escravos.
Em entrevistas mais recentes, Viola abriu o coração para contar sobre a infância vivida na extrema pobreza em St. Matthews, na Carolina do Sul, onde nasceu em 11 de agosto de 1965. Filha de uma empregada doméstica e um operário de fábrica, Viola é a quinta entre seis irmãos. Sua infância foi tão pobre que ela e os irmãos passavam fome e viviam em uma casa praticamente destruída e infestada de ratos.
“A única coisa que separa mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade”.
Foi com uma oportunidade que a vida de Viola Davis começou a mudar. Já adolescente, ela ganhou uma bolsa de estudos no Rhode Island College, onde começou a estudar artes dramáticas. Depois disso, Viola foi estudar na Juilliard, uma das mais prestigiadas escolas de música e artes cênicas do mundo, localizada em Nova Iorque. Foi nos palcos da Broadway que Viola iniciou sua carreira em 1996, atuando na peça Seven Guitars, pela qual recebeu sua primeira indicação ao Tony Awards.
O segundo prêmio veio em 2015 com o Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática, pela interpretação de Annalise Keating. Essa vitória foi marcada por um dos discursos mais poderosos da premiação. Além disso, a série de Shonda Rhimes popularizou o trabalho de Viola no Brasil.
“Não é todo dia que Hollywood pensa em transformar uma peça em filme, porque não grita ‘máquina de dinheiro’, mas grita ‘arte’, grita ‘coração’”.

A coroação total ocorreu em 2017, quando Viola finalmente ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme Um Limite Entre Nós. O papel era familiar, pois ela já o havia interpretado no teatro, conquistando seu segundo Tony (2010).